Depois que a ex-primeira-dama do Peru Nadine Heredia chegou ao Brasil como asilada diplomática na 4ª feira (16.abr.2025), usuários das redes sociais resgataram declarações de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) elogiando a Lava Jato.
Heredia e o marido, o ex-presidente peruano Ollanta Humala (2011-2016), foram condenados pela Justiça do país a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro durante a campanha eleitoral de 2011. Os recursos ilícitos teriam vindo da empreiteira brasileira Odebrecht, hoje Novonor.
Os vídeos que circulam mostram declarações dos magistrados elogiando a força-tarefa e criticando o PT (Partido dos Trabalhadores) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Barroso aceitou o desafio: pic.twitter.com/Mrjc1t89Rp
— Opinião Livre (@Brasil_21_21) April 20, 2025
O STF se tornou o revisor dos atos do ex-juiz Sergio Moro, hoje senador pelo União Brasil (PR), e dos demais tribunais que fizeram parte da operação. Nesse papel, chancelou a maior parte deles, mas a partir de 2018 passou a impor derrotas à Lava Jato, até que, em 2021, reconheceu a incompetência de Moro para processar as ações de Lula e iniciou o julgamento sobre a sua suspeição, o que culminou na anulação de alguns atos condenatórios, como os do ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci e o empresário Marcelo Odebrecht.
Ao longo do processo, alguns ministros da Corte que defendiam as ações mudaram o discurso nos julgamentos e passaram a emitir declarações criticando a Lava Jato baseadas no entendimento de que houve irregularidades processuais.
É o caso de Gilmar Mendes e Dias Toffoli. Outros que apoiavam a operação passaram a adotar um tom mais moderado, com algumas sinalizações de ressalvas, como Roberto Barroso, Edson Fachin e Cármen Lúcia.
Quatro ex-presidentes do Peru e a filha de um 5º ex-chefe do Executivo peruano foram envolvidos na operação Lava Jato –já desmantelada no Brasil. A Odebrecht teria pago propina aos políticos em troca de favorecimentos.
Em depoimento em 9 de novembro de 2017, o ex-presidente da construtora Marcelo Odebrecht afirmou que a empresa havia apoiado políticos peruanos: “Com certeza, apoiamos todos. [Alejandro] Toledo, Alan García, [Ollanta] Humala, Keiko [Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori]’.
O empresário disse também que havia acompanhado “uma ou duas palestras’ do ex-presidente Pedro Pablo Kuczynski para executivos da Odebrecht. Kuczynski foi ministro do governo Toledo.
A seguir, leia qual é a situação de cada um dos citados: