Mato Grosso do Sul é o 3° estado com maior taxa de estupro entre mulheres no Brasil, a cada 100 mil habitantes, com 161,6%. Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024, foram 2.057 registros em 2022 contra 2.263 no ano passado, aumento de 10%. São, praticamente, 6 estupros por dia. O Estado só perde para Roraima (193,8%) e Rondônia (188,3%).
Deste total, são 387 estupros no ano passado e 375 no ano imediatamente anterior; e 1.876 estupro de vulnerável contra 1.682. Já estupro envolvendo crianças e adolescentes de todos os gêneros, Mato Grosso do Sul é o 4° estado com maior taxa, com 94,4%.
O Brasil voltou a bater recorde de estupros de acordo com o Anuário do Fórum. No País, foram 83.988 ocorrências em 2023, ante 78.887 no ano anterior. A taxa do crime para cada 100 mil habitantes saltou 6,5%: foi de 38,8 para 41,4 por grupo de 100 mil habitantes no ano passado. O primeiro estado é Roraima com a taxa mais elevada, com 112,5 casos por 100 mil habitantes; seguido de Rondônia com taxa de 107,8; Acre com 106,9 vítimas; e Amapá, com 91,7 por 100 mil.
Dourados, Três Lagoas e Campo Grande estão entre as 50 cidades com mais de 100 mil habitantes com taxas mais elevadas de estupros, resultando em 98,6%, 88,5%, e 69,3%, respectivamente.
Em relação a divulgação de cena de estupro ou de estupro de vulnerável, cena de sexo ou de pornografia, Mato Grosso do Sul teve 160 registros no ano passado contra 107 em 2022. A taxa de 5,8% é a terceira maior.
Assédio sexual soma 81 em 2023 contra 92 em 2022. Importunação sexual saiu de 624 para 767. As tentativas de estupro resultaram em 165 registros no ano passado e 169 em 2022, queda de 2,4%.
Feminicídio – Em números absolutos, ano passado foram registrados 30 feminicídios e 44 em 2022, retração de 31,8%. Com isso, está entre os seis estados com a maior taxa, de 2,1%. Em homicídios envolvendo mulheres, foram 51 e 77 registros, respectivamente, queda de 33,8%.
A queda é resultado de algumas ações encampadas no Estado, com capacitações, palestras e políticas públicas.
No ano passado, um dos crimes que mais chocaram foi o de Natali Gabrieli da Silva Souza, de 18 anos, assassinada com golpes de faca, pelo companheiro, no dia 1º de julho.
Outro caso também é o da técnica em enfermagem, Karolina Silva Pereira, morta a tiros aos 22 anos. A jovem foi baleada no dia 30 de abril, pelo ex-namorado Messias Cordeiro da Silva, de 25 anos. Ela chegou a ficar internada na Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos e veio a óbito no dia 2 de maio.
Ainda de acordo com a pesquisa, as tentativas de homicídios tiveram registro de 170 mulheres no ano passado e de 210 em 2022 (-19,0%). As tentativas de feminicídios ficaram em 125 e 127, respectivamente, queda de -1,6%.
Lesão corporal dolosa, em 2022 foram 3.412 e em 2023, 2.837, retração de -16,9%. As medidas provisórias foram maiores no ano passado, com 13.694, enquanto em 2022 foram 12.633. Já as medidas concedidas ficaram em 13.292.
As ligações de emergência para o número 190, somaram 394.309, sendo que 15.061 foram referentes a violência doméstica.
Ameaça contra mulher aumentou 9,3%, saindo de 16.052 para 17.544. Violência psicológica também teve alta de 44,4%, de 417 registros para 602. As perseguições foram registradas por 1.223 mulheres no ano passado contra 1.373 em 2022.
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