O mercado de trigo no Brasil está passando por variações significativas de preços, influenciadas pela qualidade do produto nas lavouras colhidas até o momento. De acordo com dados da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (CEEMA), o trigo de qualidade superior, especialmente escasso no Rio Grande do Sul, alcançou uma média semanal de R$ 52,88 por saco na região gaúcha, com praças principais trabalhando com valores entre R$ 50,00 e R$ 54,00 por saco. No Paraná, os valores atingiram R$ 60,00 por saco.
Por outro lado, o trigo de qualidade inferior, conhecido como triguilho e destinado à exportação ou ração animal, tem sido negociado a R$ 30,00 por saco e, em algumas localidades, a valores ainda mais baixos.
A continuidade das chuvas prejudicou severamente as lavouras que ainda não foram colhidas nas últimas duas semanas, praticamente impossibilitando a obtenção de trigo de qualidade superior. No Paraná, a colheita atingiu 89% da área total naquele momento, enquanto no Rio Grande do Sul, a taxa de colheita estava em 58% em 1º de novembro, em comparação com a média histórica de 50% para a data.
O Paraná revisou para baixo sua expectativa de safra, que agora está em 3,8 milhões de toneladas. Quanto ao Rio Grande do Sul, há a possibilidade de uma quebra na produção de trigo de 40% a 50%, sem considerar a significativa queda na qualidade do que está sendo colhido. Nesse contexto, os preços do trigo de qualidade superior devem continuar a subir, pelo menos até o final da colheita. Posteriormente, a entrada da safra argentina deve influenciar o mercado, considerando também os problemas climáticos enfrentados no país vizinho.
BATANEWS