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    Dificuldade de diagnóstico de transtorno bipolar está em diferenciá-lo de outras condições psíquicas

    BarthimanBarthimanoutubro 4, 2024
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    O transtorno bipolar é uma doença ainda nebulosa para a psiquiatria. De caráter crônico, o transtorno causa anomalias no comportamento dos afetados. Alternando entre estados de mania, quando os pacientes estão mais agitados, e hipomania, períodos em que se instalam quadros depressivos, os portadores frequentemente procuram psiquiatras e especialistas nos casos de hipomania, gerando uma dificuldade na diferenciação dos espectros relacionados ao transtorno bipolar. Segundo a Associação Brasileira de Transtorno Bipolar (ABTB), aproximadamente 8 milhões de brasileiros sofrem com a bipolaridade. Para entender melhor a respeito do tema, conversamos com a professora Doris Moreno, psiquiatra formada pela Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e especialista no assunto.

    Características da bipolaridade

    “O transtorno bipolar é uma doença no cérebro que é crônica e recorrente, cuja idade de início é em torno de 18 a 22 anos, portanto, começa com os primeiros sintomas na infância, se desenvolvem claramente ou mais claramente na adolescência até os 25 anos. Com 30 anos, no máximo, a maioria dos afetados já desenvolveu o problema por completo. A característica desse transtorno são fases, períodos em que a pessoa entra no que a gente chama de mania ou hipomania, que são fases alternadas entre depressão e agitação”, explica.

    Segundo a especialista, a depressão em casos de unipolaridade tende a começar a se desenvolver mais tarde, sendo caracterizada por sintomas contínuos. “As pessoas que têm só depressão durante a vida, pelos estudos em população geral, tendem a começar o problema dez anos mais adiante. Então, aquelas depressões características do transtorno bipolar tendem a ser muito mais precoces,  porque a doença começa muito mais cedo.”

    A bipolaridade se divide em algumas variantes, podendo ter diferentes subtipos. O subtipo-1, tido como a “bipolaridade clássica”, caracteriza-se por episódios frequentes de mania, períodos em que a pessoa fica mais irritada, agressiva e agitada. “As pessoas ficam muito mais agressivas, muito mais irritadas, muito mais aceleradas, muito mais falantes e impulsivas. Ela fala o que pensa, abole os filtros, ela pode ter comportamentos de risco dada a alta impulsividade. Seja para beber, para consumir drogas, para sexo, para compras, para um visual mais chamativo, é uma predisposição para a polemização em todas as esferas. Isso chama muita atenção da mídia e faz notícia. A contrapartida mais leve, que é a hipomania, não causa um impacto tão grande assim.”

    O subtipo-2 é mais caracterizado pela prevalência dos casos de hipomania. Para a professora, são esses os casos que geram mais preocupação em relação aos diagnósticos e tratamento. Por ter sintomas menos chamativos e mais parecidos com os de depressões unipolares, frequentemente causam dificuldades para a identificação do quadro correto.

    “Em geral, ela passa despercebida e é aí que reside o problema do diagnóstico diferencial. Porque as pessoas buscam tratamento quando elas estão em depressão. E a depressão, por si só, não diferencia se é unipolar ou bipolar. O médico precisa ser expert em identificar naquela pessoa que está em depressão, que muitas vezes mal consegue se dar conta de como ela está, se o caso é unipolar ou bipolar. A depressão lentifica, deixa a pessoa desanimada, sem prazer nas coisas, muito negativista. Ela aumenta ou cria problemas e normalmente não lembra de episódios anteriores em que ela teve hipomania ou mania. E essencialmente é isso que faz o diagnóstico do transtorno bipolar, a ocorrência de períodos, durante a vida, de quatro dias ou repetidamente de um, dois ou três dias, tanto de mania como de hipomania. E, em geral, o que acontece? As pessoas levam em torno de dez, 15 anos, em média, para serem diagnosticadas”, alerta.

    Genoma bipolar

    Além dos casos de hipomania e mania, o histórico familiar do paciente também é um fator determinante para o diagnóstico. Segundo Doris Moreno, a doença é “eminentemente” e “principalmente” determinada por uma carga genética complexa, gerando essa vasta gama de sintomas e variantes da manifestação do transtorno. “Nas famílias nós conseguimos identificar um chamado espectro bipolar.  Existem dezenas de genes que impactam a manifestação do transtorno, gerando bipolaridades diferentes nas famílias, porque vários membros na família, normalmente, estão afetados pelo transtorno bipolar, em maior ou menor grau. Isso depende da carga genética herdada tanto do pai como da mãe.  O que faz com que a doença apareça é uma somatória de vários desses genes que geram a predisposição para o transtorno bipolar. Então, não existe um único gene responsável pelo transtorno, mas sim uma enorme combinação de pequenos efeitos que vão se somando”, elucida.

    “Por isso, existem na mesma família pessoas com, predominantemente, períodos de depressão, pessoas que são aquelas extremamente agitadas, que são predominantemente aceleradas, energizadas, falantes. Pessoas que têm uma mistura de tudo, então elas oscilam entre tudo; pessoas com transtorno bipolar tipo 1 e tipo 2, pois estão sendo afetadas por combinações diferentes”, complementa.

    Ação no cérebro

    O cérebro portador do transtorno sofre com uma série de alterações de impulsos que desorganizam o funcionamento normal do sistema nervoso. “Existe uma falha, uma alteração na conexão entre várias áreas do cérebro, principalmente a área responsável pela impulsividade, pelas emoções e o córtex pré-frontal que modula o comportamento e as emoções, que desinibe ou controla aquilo que aflora de mais impulsivo na pessoa, ou mais negativo ou mais energizado. Então existem diferentes alterações na comunicação entre várias regiões do cérebro, diferenças também tanto em processos excitatórios como inibitórios, ligados a vários neurotransmissores que agem exatamente inibindo impulsos ou estimulando impulsos. Por isso, a gente tem toda uma desorganização entre esses vários impulsos que ficam contraditórios”, conta.

    “Outra característica muito importante, que é objeto de estudo dos últimos anos, é uma alteração em ritmos biológicos, em ritmos circadianos, que constitui uma área de estudo importante. Porque ela é mais objetivável, são alterações de sono e de energia que podem ser medidas, por exemplo, na actigrafia. Isso é outra área de estudo que também pretende auxiliar, no futuro, no diagnóstico diferencial entre depressão unipolar e transtorno bipolar, porque esse aumento de atividade em muitas horas do dia vai passar a ser medido objetivamente”, complementa.

    A professora aponta ainda para um forte estigma relacionado à condição da bipolaridade. Alguns outros transtornos ganharam o status de “especiais” frente à opinião pública, enquanto a bipolaridade segue como uma espécie de “patinho feio”, ao qual as pessoas tendem a resistir quando recebem o diagnóstico. “Existe um enorme preconceito contra o diagnóstico de transtorno bipolar, é muito mais chique ter TDAH, ter transtorno de personalidade borderline ou ser do espectro autista, existe isso, sim, nós sabemos disso. Quando a gente fala para o paciente e confirma o diagnóstico de transtorno bipolar, ele não gosta, mas ele adoraria receber o diagnóstico de TDAH”, finaliza.

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