A princesa Kate Middleton, do Reino Unido, anunciou nesta terça-feira (14) que o câncer que tem está em processo de remissão. O tipo de câncer e o estágio da doença não foram revelados.
O anúncio foi feito cerca de dez meses após a princesa de Gales, de 43 anos, anunciar que havia sido diagnosticada com um tipo de câncer e que se afastaria dos compromissos públicos para iniciar tratamento.
“É um alívio estar em remissão agora, e continuo focada na recuperação”, afirmou.
A remissão acontece quando nenhum exame detecta mais o câncer.
Isso pode significar que ele foi curado, mas também pode indicar que o tumor diminuiu tanto que os exames não conseguem vê-lo, mesmo que ainda exista.
Ou seja, o câncer pode NÃO ter sumido totalmente. Por isso, é essencial que o paciente continue fazendo exames para monitorar qualquer sinal, mesmo que pequeno, do tumor.
Segundo Rodrigo Calado, professor titular de hematologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, a cura é quando o câncer é totalmente erradicado, mas só se consegue saber isso depois de ao menos cinco anos sem sinal da doença. Antes disso, o termo correto é justamente “remissão”.
Entenda mais abaixo, em 5 tópicos.
1. O que é remissão do câncer?
De forma geral a remissão acontece quando os sinais e sintomas do câncer diminuem.
Para alguns especialistas, se essa remissão durar 5 anos ou mais, já é possível falar em cura.
Mas mesmo após o tratamento, algumas células cancerígenas podem continuar no corpo por anos e, consequentemente, causar o retorno do câncer no futuro.
E quando o câncer volta após um período de remissão, isso é chamado pelos médicos de recidiva ou recorrência.
“A principal limitação é que não conseguimos ver a doença microscópica a olho nu e nem sempre temos exames de imagem com resolução suficiente para detectar focos pequenos de câncer”, explica Fábio Schutz, oncologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
“Por isso, pacientes em remissão continuam sendo acompanhados com exames de imagem e de sangue periódicos para garantir que a remissão se mantenha”, acrescenta.
2. Quais são os diferentes tipos de remissão?
A remissão pode ser parcial ou total.
Na parcial, ainda temos vestígios de um câncer que está respondendo positivamente a um tratamento.
Já no caso da remissão total, todos os sinais de câncer somem.
Além disso, existem casos de “remissão espontânea”, ou seja, quando o câncer some sem tratamento médico convencional. Casos do tipo, porém, são extremamente raros.
“A remissão significa que a doença está controlada ou desapareceu, mas isso não garante que ela não reapareça no futuro”, destaca Felipe Coimbra, oncologista líder do Centro de Referência de Tumores do Aparelho Digestivo Alto do A.C. Camargo Cancer Center.
3. Qual é a diferença entre remissão do câncer e cura do câncer?
Existem alguns critérios para consideramos que uma pessoa foi curada de um câncer. Segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o mais comumente utilizado é o tempo.
Isto é, quando um paciente não apresenta sinais de câncer após cinco anos do tratamento, isso é geralmente visto como um ponto importante na avaliação da cura.
Esse período sem evidência da doença é um sinal positivo, mas ainda não significa que a pessoa está 100% livre do risco. Ou seja, o risco de o câncer voltar diminui bastante, especialmente após esse tempo.
Para alguns tipos específicos de câncer, por exemplo, como certos tumores de mama, a chance de recidiva após cinco anos é considerada muito baixa, o que leva os médicos a acreditarem que o paciente, na maioria dos casos, pode estar curado.
No entanto, é importante lembrar que, embora o risco seja reduzido, ele não desaparece completamente.
A diferença para cura é que, enquanto a remissão pode ser alcançada em um primeiro momento, começamos a falar em cura quando a remissão se mantém por um período mais prolongado. O tempo pode variar de acordo com o caso, mas um número comum usado é de cinco anos. No entanto, sabemos que o câncer pode retornar após esse período.4. Quanto tempo dura a remissão?
Segundo a Cleveland Clinic, dos Estados Unidos, um câncer pode ficar em remissão por meses ou anos.
O tempo de remissão varia conforme o tipo de câncer, o estágio em que ele se encontra e a forma como ele reagiu ao tratamento inicial.
“A duração de uma remissão é extremamente variável, pois depende do tipo de doença. Pode ser um período curto, de apenas alguns meses, ou pode durar bastante tempo, o que pode até ser confundido com uma cura. Em alguns casos, após vários meses de exames regulares, o câncer pode sair da remissão e ocorrer uma recidiva”, alerta o oncologista Marcelo Corassa, da BP.
5. O que um paciente com câncer em remissão deve ter em mente e fazer?
Schutz ressalta que os pacientes que atingem uma remissão completa inicialmente são acompanhados de forma mais intensiva, com exames a cada 3 ou 4 meses.
À medida que o tempo passa e a confiança aumenta, os exames são espaçados, podendo ser realizados uma vez por ano, principalmente após os cinco anos de acompanhamento.
Pacientes que continuam sendo monitorados após esse período ainda precisam realizar exames periodicamente.
“O que é essencial para quem está em remissão é seguir o acompanhamento médico, realizar os exames de imagem e de sangue, e, em alguns casos, continuar com tratamentos oncológicos de manutenção para ajudar a manter a remissão pelo maior tempo possível”, diz o médico.
g1