O português Jorge Jesus, do Al-Hilal, é o favorito para assumir o comando da seleção brasileira. Com a demissão imediata de Dorival Júnior, anunciada nesta sexta-feira pelo presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, a entidade avança para um acerto com o português.
O italiano Carlo Ancelotti, do Real Madrid, era o favorito de Ednaldo para ocupar a vaga, mas ele não sairá do clube espanhol antes do fim do Mundial de Clubes, em julho. E a CBF tem pressa para anunciar um treinador que comande a Seleção nos jogos contra Equador e Paraguai, no início de junho, pelas eliminatórias.
Já houve contatos entre CBF e Jorge Jesus, com as conversas caminhando bem entre as duas partes. O único pedido do treinador é ficar no Al-Hilal até o fim da Champions League da Ásia, no dia 3 de maio. Por isso, existe a tendência de que não haja anúncio da contratação nas próximas semanas.
Campeão da Libertadores pelo Flamengo, em 2019, Jorge Jesus deseja ganhar mais um torneio continental, desta vez na Ásia. Mas o treinador aceita abrir mão do Mundial de Clubes para comandar a Seleção, um de seus grandes objetivos profissionais.
As conversas com o Al-Hilal ainda não começaram. Tanto os dirigentes da CBF quanto Jorge Jesus desejam uma saída pacífica do treinador do clube, sem entrar em rota de colisão. O português tem a preocupação de não fechar seu mercado no país do Oriente Médio.
Jorge Jesus, de 70 anos, trabalhou uma vez no Brasil. Ele comandou o Flamengo entre junho de 2019 e julho de 2020. Sob o comando do treinador, a equipe carioca conquistou cinco títulos: Libertadores de 2019, Brasileiro de 2019, Recopa Sul-Americana de 2020, Supercopa do Brasil de 2020 e Carioca de 2020. Foram 43 vitórias, 10 empates e quatro derrotas em 57 jogos.
Em setembro do ano passado, em entrevista ao site português MaisFutebol, Jorge Jesus confirmou seu desejo de comandar a seleção brasileira.
— Só gosto de trabalhar em clubes que ganhem títulos. Eu nunca fui para a Inglaterra treinar porque não tive esse convite. A seleção brasileira é diferente. É uma ambição, não nego — disse o técnico na ocasião.
E a relação com Neymar?
Em janeiro deste ano, o principal nome da Seleção na última década, Neymar, deixou o Al-Hilal insatisfeito com Jorge Jesus. Mas a relação entre jogador e treinador não é um tema citado nas conversas com a CBF até o momento.
— Obviamente que fiquei muito chateado com as palavras do Jorge Jesus quando ele falou que eu não estava nas mesmas condições da equipe — disse Neymar em fevereiro.
Em caso de acerto com a CBF, o português pretende fazer movimentos na direção de Neymar para aparar arestas e melhorar a relação.