Segundo Gabriel Rodrigues, meteorologista do Portal Agrolink, a primavera de 2024 promete ser um período desafiador para a agricultura brasileira, com mudanças climáticas significativas influenciando o desenvolvimento das lavouras. Durante a estação, muitas culturas estão em fase de plantio e evolução, tornando o acompanhamento do clima fundamental.
Um dos principais fenômenos em observação é o possível estabelecimento do La Niña, que pode alterar as condições climáticas no Brasil. “Atualmente, as temperaturas da superfície do mar na região de monitoramento do El Niño estão cerca de -0,2°C abaixo da média, e para que o La Niña seja configurado, essas temperaturas precisam cair pelo menos -0,5°C”, explica Gabriel Rodrigues. Ele ressalta que, além do resfriamento das águas, é necessário haver sinais atmosféricos que, até o momento, não foram detectados.
Previsões para a primavera
A chance de ocorrência do La Niña entre outubro e dezembro é de 60%, e caso se configure, deverá ser de fraca intensidade e curta duração. Historicamente, o fenômeno é associado a chuvas mais intensas no centro-norte do Brasil, especialmente no Nordeste, e períodos secos intercalados com tempestades severas na Região Sul. No entanto, as previsões atuais não indicam uma influência forte do La Niña nas chuvas deste ano.
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No Sul, espera-se um período mais seco, mas com chuvas intensas em momentos pontuais. No Norte e Nordeste, as projeções não mostram um aumento significativo de precipitações, contrariando o padrão usual do fenômeno.
Temperaturas acima da média
Rodrigues alerta que as temperaturas na primavera de 2024 devem ser mais altas que a média histórica em todas as regiões do Brasil, com uma leve tendência de queda ao longo do trimestre. “Ainda assim, os desvios de temperatura continuarão acima do normal, com exceção do extremo sul do país, onde os valores devem se aproximar da média histórica”, complementa o meteorologista.
Chuvas irregulares e safra desafiadora
As projeções de precipitação indicam chuvas abaixo da média no extremo sul da Região Sul, Nordeste e parte da Região Norte. O centro-norte do Amazonas, norte do Mato Grosso do Sul, sul de Goiás e sul de Mato Grosso, além do litoral norte de São Paulo e Rio de Janeiro, poderão ter chuvas acima da média. Nas demais regiões, incluindo o norte do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e sul de Minas Gerais, as chuvas devem se manter dentro da média.
“A safra 2024/25 será bastante desafiadora para os produtores brasileiros, especialmente em regiões onde há previsão de menor volume de chuvas”, destaca Gabriel Rodrigues. O acompanhamento climático de curto prazo será fundamental para a tomada de decisões no campo, e o planejamento para enfrentar períodos de seca deve ser prioridade para o produtor.
Perspectivas para o início das chuvas
A boa notícia, segundo Rodrigues, é que há uma expectativa de chuvas na última semana de setembro e na primeira quinzena de outubro, especialmente no Centro-Oeste e Sudeste. No entanto, essas precipitações tendem a ocorrer de forma isolada e irregular, o que exigirá atenção redobrada dos agricultores.
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