O novo leilão para a concessão da BR-163 em Mato Grosso do Sul, previsto para esta quinta-feira (23), continua recebendo críticas de parlamentares e da sociedade civil, sobretudo pela baixa previsão de duplicação da rodovia e pela participação exclusiva da atual concessionária, a CCR MSVia.
O deputado estadual Roberto Hashioka (União Progressista) se manifestou de forma contundente contra o modelo apresentado pela ANTT. “Entendo ser um retrocesso a nova modelagem, visto que teremos somente mais 22% de duplicação (206 km)”, afirmou. Atualmente, apenas 150 km da rodovia são duplicados, e o novo contrato prevê atingir cerca de 41% da via com este tipo de melhoria.
Outro ponto questionado por Hashioka é a falta de concorrência no certame. A CCR será a única participante do leilão, o que, segundo o parlamentar, compromete a competitividade e levanta dúvidas sobre a efetividade do cumprimento das obrigações contratuais, dado o histórico da concessionária. “Esperemos, que pelo menos cumpra o que está previsto, já que anteriormente não o fez”, disse.
A BR-163 é considerada um dos principais corredores logísticos do Centro-Oeste, fundamental para o escoamento da produção agropecuária. Entretanto, a falta de duplicação e as más condições de alguns trechos aumentam o risco de acidentes. Reportagem do Midiamax apontou que 15 trechos da rodovia concentram mais de 90 acidentes por quilômetro, muitos deles em áreas urbanas.
O novo edital foi lançado pela ANTT no final de janeiro de 2025, após decisão do TCU que, em novembro do ano anterior, aprovou a repactuação do contrato em vez de uma relicitação. A medida visou acelerar os investimentos e evitar atrasos ainda maiores nas melhorias da rodovia, mas implicou em redução nas obrigações de duplicação.
A CCR MSVia confirmou participação no leilão, reiterando compromisso com a segurança e qualidade dos serviços prestados.