O ex-prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, minimizou a carta de repúdio do grupo Ação das Mulheres Trabalhistas (AMT), do PDT, que se manifestou contra a filiação dele ao partido.
O ex-prefeito afirma que o grupo representa uma mínima parcela dentro do partido e tem como principal motivação para a manifestação a indignação com o fato de o PDT se negar a apoiar a candidatura do deputado federal Beto Pereira (PSDB).
“São mais de 1.200 mulheres no PDT e o manifesto tem nove, sendo que, na foto, tem irmãs dela. O problema não sou eu, mas o partido não apoiar o candidato dela, o Beto Pereira’, respondeu o ex-prefeito.
Marquinhos pontua ainda que a presidente da AMT, Rose Farias, é servidora do governo , próxima a Lucas de Lima, e participou de outra ação contra ele há alguns meses. “Ela, juntamente com Luciana Azambuja e Keiana Fernandes, assinaram nota para a delegada na época das denúncias das garotas de programa e que das 20 denúncias, 18 foram trancadas, sem ação qualquer e duas aguardam decisão do Tribunal de Justiça. Elas pedem esclarecimento, foram esclarecidas. Até hoje, nenhuma ação contra mim’, complementou.
Procurada pela reportagem, Rose declarou que as mulheres que lhe acompanham são irmãs de luta e defendem as mesmas ideias. “São todas minhas irmãs de luta. Defendemos as mesmas bandeiras. Estamos juntas no mesmo trabalho de combate à violência contra as mulheres. Irmã de sangue, apenas uma está comigo nessa luta, porque não aceita se calar. Sou professora há mais de 30 anos, cedida para fazer um trabalho com as mulheres. E a minha ligação com o Deputado Lucas de Lima é por conta do partido, pois ele é o presidente municipal e eu a presidente da AMT’, afirmou.
O Caso
Um grupo de mulheres filiadas ao PDT, pré-candidatas a vereadoras em Campo Grande, apresentaram uma carta de repúdio contra a filiação do ex-prefeito Marquinhos Trad ao partido.
O grupo, que integra a Ação das Mulheres Trabalhistas (AMT), é contra a filiação de Marquinhos e promete sair do partido se filiar para ser candidato a vereador.
Confira a nota:
“Ação da Mulher Trabalhista de MS (AMT/MS) vem a público manifestar total REPUDIO e indignação à imposição do Diretório Nacional, que determinou o recebimento em filiação do Senhor Marcos Marcello Trad, ex-prefeito desta Capital.
Pelos históricos de acontecimentos noticiados na midia, igualmente de conhecimento da sociedade sul-mato-grossense, que evidenciam ações e condutas praticadas pelo ex-prefeito no exercicio de sua função pública, em desrespeito à mulher, representando uma total afronta à história, finalidade e pautas de defesa da AMT, a qual tem como um de seus objetivos, estampado no seu estatuto (AMT/PDT Nacional): ‘lutar, incessantemente, contra qualquer tipo de discriminação à mulher na sociedade, a violência contra a mulher e a disparidade nos direitos entre mulheres e homens’, assim como lutar pela inserção de mulheres em todos os niveis da vida partidária’. Consideramos a imposição de ingresso ofensiva e abusiva, vai de encontro a tudo que as mulheres trabalhistas defendem.Ressaltamos que, em nenhum momento, fomos consultadas sobre o assunto para que pudéssemos manifestar o nosso desacordo, sentimo-nos desrespeitadas e desvalorizadas em nossa luta, e ratificamos que REPUDIAMOS tal ação’, diz a nota.