A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados recebe nesta quarta-feira 19 o ministro da área, Carlos Fávaro, para tratar dos estoques públicos de arroz e da necessidade de importar o produto.
O debate será realizado às 10 horas, no plenário 6, a pedido dos deputados bolsonaristas Marcos Pollon (PL-MS), Afonso Hamm (PP-RS) e José Medeiros (PL-MT).
A ida de Fávaro à Câmara ocorre poucos dias depois do cancelamento do leilão promovido pelo governo federal e da demissão de Neri Geller, ex-deputado que ocupava a Secretaria de Política Agrícola do ministério.
Os autores do convite ao ministro argumentam que não há necessidade de se importar arroz neste momento, uma vez que o grão foi colhido quase que em sua totalidade antes das enchentes no Rio Grande do Sul. Eles alegam que a ação do governo, inclusive, seria prejudicial aos produtores locais.
O governo, até aqui, tem negado essa linha de argumentação e alega que a compra se faz necessária por dois motivos: conter uma possível alta de preço no produto nos próximos meses e formar novos estoques públicos para evitar um eventual desabastecimento. A intenção é se precaver de um possível problema na próxima safra, que tende a ser prejudicada com as atuais cheias.
Fávaro, na reunião, deve defender essa posição.
O ministro terá, também, de tratar das irregularidades que levarão ao cancelamento do leilão promovido pela Conab. Pesam, neste caso, suspeitas de conflito de interesses e a não comprovação da capacidade técnica da vencedora do certame. O tema é investigado pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU).
O processo conturbado culminou com a saída de Neri Geller da pasta. Ele, vale dizer, é um ex-deputado e contava com o apoio de parlamentares para ocupar o cargo no governo. Ele é próximo de Arthur Lira (PP-AL) e mantinha boa relação com a bancada ruralista, representada em maioria na comissão que convidou o ministro ao debate.
Por fim, é esperado que Fávaro também forneça explicações sobre como se dará o novo processo de compra de arroz após o cancelamento do primeiro leilão. O edital é esperado para os próximos dias.
(Com informações de Agência Câmara)
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