O ano de 2023 foi o ano em que o estado de Mato Grosso do Sul teve o maior saldo na balança comercial de toda a sua história. Com um período de 12 meses recorde para as exportações e com uma leve redução nos valores importados, o Estado encerrou o ano passado com um saldo de nada menos que US$ 7,56 bilhões, valor que, convertido pela cotação de sexta-feira (5), representa R$ 36,9 bilhões, quase R$ 37 bilhões.
Para efeito de comparação, os R$ 36,9 bilhões de saldo deixam para trás os R$ 22 bilhões do Orçamento do estado de Mato Grosso do Sul do ano passado, ou mesmo os R$ 25,4 bilhões previstos para este ano.
O expressivo saldo na balança comercial de Mato Grosso do Sul em todo o ano de 2023 deve-se, sobretudo, ao aumento nas exportações. No ano passado, o Estado exportou US$ 10,5 bilhões, valor 28,1% maior que os US$ 8,2 bilhões exportados durante todo o ano de 2022.
Para contribuir com o sucesso da balança comercial de Mato Grosso do Sul no ano de 2023, as importações tiveram queda de 10,8%. Enquanto em 2022 o Estado importou US$ 3,3 bilhões em mercadorias, no ano passado foram importados US$ 2,95 bilhões em produtos.
O mês que Mato Grosso do Sul mais vendeu ao mercado externo foi maio de 2023: as exportações naquele período superaram a casa de 1 bilhão de dólares, mais precisamente US$ 1,21 bilhão.
Os números oficiais das importações e das exportações no Brasil foram divulgados neste fim de semana pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).
Produtos
Os produtos agrícolas se destacaram nas exportações recordes de 2023 de Mato Grosso do Sul. A soja em grão dominou absoluta, sendo responsável por 37% dos produtos exportados durante o ano passado.
O valor comercializado da oleaginosa foi de US$ 3,9 bilhões, quase o dobro (91,2%) do volume exportado no ano anterior, com US$ 1,8 bilhão a mais em produtos exportados. Os números da soja são expressivos porque o valor financeiro é recorde mesmo com a queda no preço da saca de soja no ano passado.
O segundo produto em vendas na cesta de exportações de Mato Grosso do Sul é a celulose. Os US$ 1,48 bilhão vendidos no ano passado representam 14% do volume financeiro arrecadado com vendas externas no ano.
A celulose manteve-se em segundo lugar na balança comercial mesmo vendendo US$ 42 milhões a menos que no ano anterior.
O milho em grão foi o terceiro produto da pauta de exportações de Mato Grosso do Sul. Foram US$ 960 milhões vendidos ao mercado externo, volume que representa 9,1% das vendas externas do Estado em 2023.
A exportação de carne bovina, por sua vez, teve um revés financeiro no ano passado e caiu da terceira para a quarta posição na balança comercial do Estado. Foram comercializados com outros países um total de US$ 916 milhões, US$ 185 milhões a menos que em 2022. As vendas de carne bovina representaram 8,7% do volume comercializado pelo Estado.
Açúcar (8,1% das vendas), farelo de soja (7%), carne de aves (3,1%) e gorduras vegetais (2,6%) aparecem na sequência.
Destino
O crescimento de vendas para a China foi um dos responsáveis por esse salto na balança comercial local.
Foram vendidos ao país asiático, que também é o maior parceiro comercial do Brasil, nada menos que US$ 4,2 bilhões em produtos, 43,4% a mais que em 2022. A China foi responsável por 39,9% das vendas de produtos feitos por Mato Grosso do Sul ao mercado externo.
O segundo maior parceiro comercial de Mato Grosso do Sul foi a Argentina. O país vizinho desbancou os Estados Unidos no comércio exterior. As vendas foram de US$ 1,1 bilhão, US$ 802 milhões a mais que em 2022. A participação dos hermanos no comércio exterior de MS foi de pouco mais de 10%.
Os Estados Unidos são o terceiro maior parceiro, destino de 4,96% das vendas. Foram vendidos US$ 521 milhões aos EUA.
Compras
O gás natural foi o produto mais importado por Mato Grosso do Sul no ano passado. A participação do produto foi de 44% na balança comercial, e as vendas representaram US$ 1,31 bilhão.
Em seguida aparecem os adubos ou fertilizantes químicos. O valor comprado do exterior chegou a US$ 502 milhões em 2023: 17% das importações.
BRASIL
A balança comercial brasileira encerrou 2023 com superavit recorde de US$ 98,8 bilhões, ultrapassando com folga o saldo do ano anterior, quando as exportações superaram as importações em US$ 61,5 bilhões. O dado foi divulgado na sexta-feira pela Secex, ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
O superavit de US$ 98,8 bilhões ficou US$ 5,8 bilhões acima da previsão feita pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em outubro, quando era esperado um saldo positivo de US$ 93 bilhões.
O número já tinha sido revisado para cima ao longo do ano. Na primeira previsão, a Secex projetava um superavit de US$ 85,3 bilhões no ano de 2023. Isso representa um desvio de 15,8% entre a primeira estimativa e o dado realizado.
O saldo fechado do ano passado representa um aumento de 60,6% em comparação com a cifra de 2022. A marca de US$ 61,5 bilhões já havia sido superada em agosto de 2023, no acumulado em oito meses.
O vice-presidente e ministro do Mdic, Geraldo Alckmin, afirmou que o saldo da balança comercial “extremamente expressivo” ajuda nas reservas internacionais do País e na economia brasileira.
“Mesmo com queda de preços de commodities e menor crescimento da economia mundial, o Brasil avançou 8,7% no volume das exportações e 1,7% no valor das exportações. Tivemos uma expansão 10 vezes maior que a média mundial [no volume de exportações]”, detalhou.
Com informações do Correio do Estado