De olho na disputa por seu próprio sucessor, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que quer a participação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na escolha, marcada para o começo do ano que vem.
“O que sempre ouvi do presidente Lula é que não quer se meter. Nas conversas com ele, eu disse: ‘Presidente, não é que o senhor não vá se meter, mas o senhor tem que participar’”, disse o deputado em entrevista ao jornal O Globo.
Nos bastidores da Câmara, três nomes têm sido ventilados para ocupar a cadeira que hoje é de Lira: Elmar Nascimento (União-BA), Marcos Pereira (Republicanos-SP) e Antonio Brito (PSD-BA).
“O que preciso deixar bem claro é que os três são muito ligados a mim”, disse o alagoano, sem indicar para qual deles vai o seu apoio.
Perguntado sobre uma eventual rejeição do governo ao nome de Nascimento, Lira se esquivou.
“Eu não posso falar de hipótese. Ninguém do governo me disse que tem rejeição nem que aprova o outro. Não vai indicar e também não deve vetar, porque o veto amanhã fica. Eu não seria idiota de impor ao presidente um veto a alguém. As conversas vão acontecer. Em agosto, espero que tenhamos solução pacificada por maioria”, pontuou.
Na conversa com o jornal, Lira foi questionado também sobre a turbulenta relação com o ministro da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha. Eles se cumprimentaram durante uma festa oferecida justamente por Elmar Nascimento, o que levou a especulações sobre uma reaproximação.
“Acho que o presidente da Câmara não tem nenhum tipo de adversário político no nível de ministro. Aquilo se tratou de um cumprimento de pessoas que são civilizadas. Nunca mais falamos. Mas isso não muda a relação do presidente da Câmara com o governo”, garantiu Lira.
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