Em fevereiro, os preços seguiram tendência de alta. No Brasil, a baixa disponibilidade da entressafra contribuiu para valorização do cereal. No mercado internacional, Chicago registrou preço médio superior a janeiro, mas com forte oscilação durante o mês.
O cereal foi comercializado a R$ 1.449/t no Paraná e a R$ 1.340/t no Rio Grande do Sul em fevereiro, altas de 2,9% e de 4,4%, frente a janeiro. Na parcial de março, continuaram subindo, R$ 1.516/t no Paraná e R$ 1.370/t no Rio Grande do Sul. Os negócios foram pontuais, com produtores afastados das vendas, na expectativa de melhores preços, e moinhos abastecidos – devido ao volume importado de trigo em 2024 e no início do ano. Segundo o Cepea/Esalq, compradores relataram dificuldade em encontrar trigo de qualidade superior e, por isso, importaram. Apesar de queda em relação a janeiro, as importações em fevereiro foram superiores à média.
Outro fator de elevação dos preços do cereal está relacionado ao mercado externo. A oferta restrita na Rússia – principal exportador – continua sustentando os preços internacionais. Em Chicago, a cotação média do primeiro vencimento foi 5,8% superior a janeiro. Na Argentina, os preços FOB se elevaram 5,7% no mês.
As preocupações com o frio intenso na safra do Hemisfério Norte (Estados Unidos e região do Mar Negro) também se refletiram em comportamento altista em Chicago, mas amenizaram ao final do mês, diante da divulgação de menor risco do frio atingir a produção. No dia 18 de fevereiro, a cotação chegou a atingir máxima de US$c 604/bu.
Por outro lado, as incertezas políticas da guerra comercial e a possibilidade de fim da guerra entre Rússia e Ucrânia exerceram pressão nas cotações do trigo na bolsa de Chicago entre o final de fevereiro e início de março. No dia 28 de fevereiro, o trigo atingiu mínima mensal de US$c 537/bu e continuou caindo até 04 de março, quando fechou a US$c 518/bu. A cotação voltou a reagir com seca nos Estados Unidos e Hemisfério Norte, atingindo US$c 563/bu.