Investigações apontam para suposto uso da máquina pública em benefício próprio, deflagrando escândalo em Douradina
O escândalo sobre suposto uso indevido da máquina pública que veio à tona no município de Douradina, município na região de Dourados-MS, na semana passada, continua repercutindo em todo o Mato Grosso do Sul.
Investigação conduzida pelo Ministério Público Estadual (MPE), através do Gaeco, revelou irregularidades em torno de um concurso público que teria sido manipulado para beneficiar parentes e aliados do prefeito Jean Fogaça (PSDB), configurando um verdadeiro “trem da alegria”. O caso foi revelado em matéria publicada pelo site “O Jacaré’.
O concurso foi realizado pela Delta, uma empresa que opera na Rua Álvares de Azevedo, 194, sala 5, na Vila do Polonês, em Campo Grande. No mesmo endereço, funciona a Bodega Real, um estabelecimento fundado em 22 de julho de 2021, com capital social de R$ 450 mil, pertencente a um advogado.
A sobreposição de atividades no mesmo local levantou suspeitas do MPE, de que a Delta possa ser uma empresa de fachada, utilizada exclusivamente para fraudar o concurso.
Durante as investigações do MPE, foram cumpridos mandados de busca e apreensão direcionados a servidores e envolvidos. As autoridades suspeitam que o concurso foi manipulado para favorecer certos candidatos ligados ao prefeito e seus aliados.
Uma fonte envolvida na investigação relatou que o esquema de favorecimento incluiu a aprovação de diversos familiares do prefeito e outras pessoas próximas a ele. O site descobriu uma lista enorme, entre os principais estão: irmão, cunhada e sobrinha do prefeito Jean Fogaça; a irmã do Procurador do Município; a filha da pregoeira do Município; a secretária de Saúde; o filho da secretária da Saúde; a esposa da secretária de Assistência Social; além de outros agentes com cargos comissionados indicados pelo prefeito Jean Fogaça que figuram na lista de aprovados, configurando um verdadeiro nepotismo.
Esses casos reforçam as suspeitas de manipulação e favorecimento no concurso, além dos crimes de formação de quadrilha, desvio de verba, uso da máquina pública, corrupção ativa e passiva e peculato. Se provados, o grupo pode ser condenado por cinco crimes e penas que podem chegar aos 12 anos de prisão.
As revelações feitas pela Promotoria de Justiça em Itaporã deram início a um escândalo que se desenrola como um verdadeiro enredo de novela, expondo as práticas corruptas de uso da máquina pública para benefícios pessoais e de terceiros. As investigações continuam, e é esperado que mais detalhes venham à tona, potencialmente resultando em processos judiciais e medidas disciplinares contra os envolvidos.
Diversos sites do estado continuam repercutindo desmando ou possível farra em Douradina.
Investigações
O MPE e o Gaeco entraram para valer na cruzada contra atos impróprios na condução pública de Douradina. Na casa de um dos investigados foram apreendidos cerca de R$ 200 mil, sem que haja a definição da procedência. Em tudo se confirmando, é provável que o concurso será anulado. Todas essas definições deverão ser apresentadas nos próximos dias, e por enquanto as investigações continuam em curso. Resta saber se as denúncias serão aceitas e se transformarão em processo pela Justiça.
Durante as operações a polícia recolheu notebooks, celulares e computadores dos envolvidos, para cruzamento do que vem sendo investigado. Além disso aconteceram escutas telefônicas com autorização judicial, tudo com recursos tecnológicos que deram início às investigações.
Segundo informações, até o momento ninguém teria sido afastado de seus cargos, e a Câmara de Vereadores ainda não entrou com pedido de afastamento do envolvidos, incluindo até do prefeito.
batanews