Segundo a análise semanal da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), os preços do milho no Brasil voltaram a apresentar viés de alta. A média gaúcha fechou a semana em R$ 59,19 por saco, enquanto as principais praças do país mantiveram o valor de R$ 55,00. Em outras regiões, os preços oscilaram entre R$ 40,00 e R$ 59,00 por saco.
Com a colheita da safrinha praticamente encerrada, a oferta de milho está diminuindo, o que pressiona os preços para cima. No entanto, a demanda interna e externa permanece fraca. Em relação ao plantio da nova safra de verão, até o dia 22 de agosto, apenas 4,2% da área esperada para o Centro-Sul havia sido plantada, uma queda em comparação aos 7,5% registrados no mesmo período do ano passado. A estimativa da AgRural indica que a área plantada no Centro-Sul deve ser reduzida em 3,5% devido aos baixos preços e ao temor com o clima, conforme informações divulgadas pela Ceema.
De acordo com a análise, a menor produção de milho no último ano pode fazer com que o Brasil perca o posto de maior exportador mundial do cereal, uma posição alcançada em 2023. No ano passado, o país exportou mais de 55 milhões de toneladas, mas para 2024, as estimativas indicam um volume entre 35 e 38 milhões de toneladas, devido à redução na safra e à recuperação da produção nos Estados Unidos, Argentina e Ucrânia, que estão retomando a competitividade no mercado internacional.
Apesar da queda, a Secex informou que, nos primeiros 17 dias úteis de agosto, o Brasil exportou 4,6 milhões de toneladas de milho, representando 49,2% do total exportado em agosto de 2023. Mesmo assim, a média diária de exportação recuou 33,5% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Para todo o mês de agosto, a expectativa é que o país exporte entre 6 e 7 milhões de toneladas, uma redução significativa em relação ao mesmo mês do ano passado.
Entre fevereiro e agosto, as exportações brasileiras de milho somaram cerca de 14 milhões de toneladas. Para atingir a meta de 40 milhões de toneladas até o final do ano comercial, em janeiro de 2025, o país precisará escoar 26 milhões de toneladas, o que exigirá um esforço considerável. Mesmo assim, é provável que os estoques de milho permaneçam elevados, o que pode inibir os preços no próximo ano.
No Mato Grosso, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) informou que o preço do milho fechou a última semana a R$ 38,77 por saco, uma alta de 2,41% em relação à semana anterior e um aumento de 13,24% em comparação à safra anterior. Apesar dessa alta, os produtores estão preocupados, pois os atuais níveis de preços podem não ser suficientes para cobrir todas as despesas da safra 2023/24.
batanews