A operação Laços Ocultos, deflagrada ontem (16) pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), teve por objetivo investigar a existência de organização criminosa voltada para a prática dos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, peculato, fraude em licitações e contratos públicos, e lavagem de dinheiro.
Em Amambai, um dos centros da operação, estão no foco da investigação dois vereadores e responsáveis por contratos na prefeitura. Duas pessoas foram detidas no Município. O vereador Valter de Brito, líder do prefeito, e Jucélia Barros Rodrigues, gerente de convênios.
Os policiais também fizeram busca e apreensão com o vereador Geversom Vicentim; secretário de Serviços Urbanos, Runes de Oliveira; secretário de Infraestrutura, Carlos Silvério Schier; secretário de Comunicação, José Aparecido Aguiar; engenheiro Maurício Sartoretto Martinez e secretária de gabinete Vânia Cristina de Brito.
O prefeito da cidade, Dr. Bandeira, confirmou que a operação atingiu as secretarias relacionas com obras públicas, bem como o secretário de comunicação. “Não tivemos acesso ainda ao teor do processo que motivou as prisões e mandados de busca. Tão logo a gente tenha conhecimento, veremos as medidas legais que vamos adotar à princípio’, declarou à reportagem.
No total, foram 6 (seis) mandados de prisão preventiva e 44 (quarenta e quatro) mandados de busca e apreensão, nos Municípios de Amambai/MS, Campo Grande/MS, Bela Vista/MS, Naviraí/MS e Itajaí/SC. Segundo levantamentos, a organização criminosa atua há anos fraudando licitações públicas que possuem como objeto a contratação de obras e serviços de engenharia no Município de Amambai e outros, principalmente por meio de empresas ligadas a familiares, com sócios até então ocultos. Nos últimos seis anos, os valores dos contratos obtidos pelo grupo criminoso ultrapassam 78 milhões de reais.
“Perícias de engenharia, em obras vistoriadas presencialmente pelo corpo técnico, detectaram superfaturamento e inexecução parcial, assim como análise realizada por órgão técnico do Ministério Público identificou pagamento de propina das empresas integrantes do grupo criminoso em benefício de agentes políticos e servidores públicos municipais responsáveis pela fiscalização das obras’, informou o MPE, em nota
A operação contou com apoio operacional do Batalhão de Choque, do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), do Departamento de Operações de Fronteira (DOF) e da Força Tática, todos da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul. Laços ocultos, decorre do oculto vínculo apurado entre os investigados.
BATANEWS