Os preços da soja no Brasil despencaram, pressionados pela desvalorização cambial, que chegou a ser cotada abaixo de R$ 5,50 por dólar na última semana. Embora os prêmios portuários tenham se mantido em território positivo, os valores para a safra futura registraram níveis relativamente baixos.
De acordo com informações divulgadas pela Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (CEEMA), a média de preços no Rio Grande do Sul caiu para R$ 119,76 por saco, enquanto as principais praças locais negociaram o produto entre R$ 112,00 e R$ 113,00 por saco. No restante do país, as cotações variaram entre R$ 106,00 e R$ 122,00.
A comercialização antecipada da safra 2024/25, cujo plantio está previsto para iniciar em setembro, avançou lentamente, alcançando apenas 18,2% do total esperado até o final da semana passada. No mesmo período do ano anterior, as vendas antecipadas somavam 13,9%, enquanto a média histórica para essa época é de 22,7%. Projeções do setor privado apontam para uma safra recorde de 171,5 milhões de toneladas, caso o clima permaneça favorável, enquanto o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima 169 milhões de toneladas.
Enquanto isso, a comercialização da safra 2023/24 chegou a 77,5% do total estimado, o que indica que 22,5% dos produtores perderam as melhores oportunidades de venda até o momento. Com a elevação dos custos de produção, impulsionada pelo câmbio desfavorável, e os preços da soja em queda, a CEEMA alerta para a necessidade de uma gestão rigorosa das safras. Medidas como a média de comercialização e o travamento de preços e câmbio, com base em cálculos precisos dos custos de produção, são destacadas como estratégias fundamentais para enfrentar o atual cenário de mercado.