A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou nesta segunda-feira 24 que a situação no Pantanal “é uma das piores já vistas”, em referência às queimadas na região. Ela se reuniu, em Brasília, com os ministros Waldez Góes, do Desenvolvimento Regional, e Simone Tebet, do Planejamento.
Também nesta segunda, Mato Grosso do Sul decretou situação de emergência devido aos incêndios florestais sem controle no Pantanal.
“Na Amazônia, a estiagem leva a esforços em relação a logística e abastecimento. E no Pantanal tem a ver com logística e incêndio. Porque nós estamos diante de uma das piores situações já vistas no Pantanal”, admitiu Marina.
Após o encontro, Tebet declarou que não faltarão recursos do governo federal, “com responsabilidade e analisando caso a caso”. Segundo ela, uma reunião da Junta de Execução Orçamentária nesta quarta 26 servirá para discutir a necessidade de crédito extraordinário e o montante necessário para enfrentar as queimadas.
“Isso infelizmente é o novo normal”, lamentou Marina. “É fundamental parar de usar fogo para qualquer coisa. Não tem incêndio por raio, o que está acontecendo é incêndio por ação humana.”
De 1º de janeiro a 23 de junho, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais registrou 3.262 focos de incêndios no Pantanal, 33% a mais do que no mesmo período de 2020, até então o pior ano.
De acordo com dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro, as chamas atingiram 627 mil hectares no bioma desde janeiro.
Em 2024, Mato Grosso do Sul concentra 78% da área afetada pelos incêndios – ou 480.775 hectares.
“Isso quer dizer que vai queimar mais do que 2020? Não necessariamente, mas isso vai depender diretamente da ação do poder público. As ações têm de ter força máxima desde já para evitar uma tragédia como a que a gente viu em 2020”, afirmou Gustavo Figueiroa, da ONG SOS Pantanal, em um vídeo publicado nas redes sociais.
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