A ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), afirmou ne sexta-feira 29 ter sido “vencida” na decisão do governo Lula (PT) de anunciar ao mesmo tempo um pacote de corte de gastos e um reajuste na faixa de isenção do Imposto de Renda.
O chamado mercado financeiro reagiu mal à divulgação das medidas: fechou em forte alta de 1,30% na quinta-feira e subiu 0,19% nesta sexta, cotado a 6 reais.
Tebet e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), estiveram em um almoço da Federação Brasileira dos Bancos, em São Paulo. Foi uma oportunidade de tentar reduzir o ruído em torno do pacote fiscal.
“Houve uma decisão política. Alguns foram vencidos, e eu fui uma das vencidas. É natural da política’, afirmou a ministra após a agenda.
Segundo ela, porém, a isenção de Imposto de Renda para quem recebe até 5 mil reais deverá ser compensada. “Não estamos entregando a reforma da renda sem dar a contrapartida, de onde virá essa receita.”
Com o plano de corte de gastos, Haddad projeta economizar 70 bilhões de reais nos próximos dois anos. Até 2030, a meta é poupar 327 bilhões. Estão na lista medidas como alterações no salário mínimo e no acesso ao abono salarial, uma nova regra de aposentadoria para os militares e um enfrentamento mais firme aos supersalários de servidores públicos.
O ministro também sustenta que o reajuste na isenção do IR não aumentará os gastos do governo. Uma fonte de compensação será sobretaxar quem ganha mais de 50 mil reais por mês.