Os triunfos em casa de Corinthians, Grêmio e Vitória na 27ª rodada ajudaram essas equipes a aumentarem consideravelmente suas chances de permanecerem na Série A em 2025. Também como mandantes, o Fluminense perdeu, e o Cuiabá e o Criciúma só empataram, se complicando um pouco mais na luta para se afastarem do Z4 que leva para a Série B.
Ao fim da rodada passada, o Corinthians tinha potencial de 52% de continuar na Série A no ano que vem e ao derrotar o Atlético-GO tem agora 64%. O Vitória terminou a rodada #26 com 44% de chances de se manter na Série A e ao derrotar o Juventude elevou essa marca para 56%. O Grêmio, que derrotou o Flamengo, tinha probabilidade de 87% de acabar o Brasileirão fora do Z4 e agora tem 93%.
O Fluminense perdeu no Maracanã para o líder Botafogo, nos acréscimos do jogo, e com isso suas chances de permanecer na Série A que eram de 63% foram diminuídas para 54%. O Criciúma empatou em casa com o Athletico-PR e suas chances, que eram de 63%, diminuíram para 59%.
Foi pior para Cuiabá e Atlético-GO: derrotado pelo Corinthians, o último colocado Atlético-GO viu suas chances de seguir na elite nacionoal minguarem de 3,5% para 1,7%. O Cuiabá empatou em 0 a 0 com o Cruzeiro, e suas chances de seguir na Série A diminuíram de 30% para 22%.
Veja a tabela e todos os números das chances de permanecer na Série A em 2025.
As chances são determinadas por modelos estatísticos aplicados pelo economista Bruno Imaizumi sobre microdados coletados pela equipe do Espião Estatístico desde 2013. Foram analisadas as características de 109.467 finalizações e resultados de 4.442 jogos de Campeonatos Brasileiros que servem de parâmetro para medir a produtividade atual das equipes no ataque e na defesa a partir da métrica de expectativa de gol (xG), consolidada internacionalmente.
Por exemplo, se uma equipe com desempenhos ofensivos e defensivos apenas medianos será visitante no segundo turno contra adversários que estejam com as melhores performances mandantes, as chances desse visitante vencer são menores do que de um time eficiente e de alta produtividade ofensiva que tem agendados confrontos contra adversários que, neste momento, estejam com os piores desempenhos caseiros.
Porém, conforme novos jogos são disputados, os potenciais futuros mudam, rodada a rodada. Essas são algumas possibilidades que explicam o fato de as chances não acompanharem exatamente as posições atuais da tabela de classificação: os potenciais futuros são diferentes dos resultados já conhecidos, entre outros motivos, devido à inversão de mandos no returno.
Os dados ajudam a calcular o potencial que cada equipe tem para vencer os jogos restantes, considerando mando de campo e outras características ao fazer 10 mil simulações para cada partida a ser disputada, o que resulta nos percentuais do quadro abaixo.
Chances de título
O Botafogo teve a seu favor dois pontos muito importantes na rodada: derrotou como visitante o Fluminense e, com isso, os adversários têm uma rodada a menos para tentarem lhe tirar a liderança e o título do Brasileirão. A probabilidade de o Botafogo ser campeão aumentou de 52% para 54%.
O Palmeiras derrotou o Vasco e fez suas chances de ficar com o título subirem de 27% para 33%. O Fortaleza goleou o Bahia em casa e manteve estável seu potencial de título: 9,9% enquanto ao fim da rodada passada era de 9,8%.
Com a derrota para o Grêmio, as chances de título do Flamengo que estavam em 6,6% após a rodada 26 agora caíram para apenas 1,3%.
Veja o ranking completo abaixo.
Libertadores
Enquanto Copa do Brasil, Sul-Americana e Libertadores não estiverem decididas, os quatro primeiros colocados no Brasileirão se classificam para a fase de grupos da Libertadores do ano que vem, enquanto o quinto e o sexto colocados disputam uma fase preliminar.
Caso os campeões das três competições estejam entre os primeiros colocados do Brasileirão, novas vagas classificatórias para a Libertadores serão abertas no nacional. Por enquanto, apresentamos as chances de as equipes terminarem o Brasileirão até a quarta e até a sexta colocações.
Metodologia
Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de “Gols Esperados” ou “Expectativa de Gols” (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência as finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 4.442 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013.
As variáveis consideradas no modelo são: (1) a distância e o ângulo da finalização em relação ao gol; (2) se a finalização foi feita cara a cara com o goleiro; (3) se foi feita sem a presença do goleiro; (4) a parte do corpo utilizada para concluir; (5) se a finalização foi feita de primeira, ajeitada ou carregada; se o chute foi feito com a perna boa ou ruim do jogador; (6) a origem do lance (pênalti, escanteio, cruzamento, falta direta, roubada de bola, lateral etc); (7) se a assistência foi feita de dentro da área; (8) a posição em que o atleta joga; (9) indicadores de força do chute; (10) o valor de mercado das equipes em cada temporada a partir de dados do site Transfermarkt (como proxy de qualidade do elenco); (11) o tempo de jogo; (12) a idade do jogador; (13) a altura do goleiro em jogadas originadas de bolas aéreas; (14) a diferença no placar no momento de cada finalização.
De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo. Essa variação indica as chances de os times vencerem cada adversário e, a partir daí, é calculada a chance de os clubes terminarem o campeonato em cada posição.
O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo intervalo de tempo (o jogo). Para chegar às previsões sobre as chances de cada time terminar o campeonato em cada posição foi empregado o método de Monte Carlo, que basicamente se baseia em simulações para gerar resultados. Para cada jogo ainda não disputado, realizamos dez mil simulações.
*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Davi Barros, Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, Igor Mattos, João Guerra, Leandro Silva, Roberto Maleson, Roberto Teixeira, Valmir Storti.
BATANEWS