Lideranças do elenco e Paulo Pelaipe, diretor executivo de futebol, saíram em defesa de Fernando Seabra após a derrota para o São Paulo, no Mineirão, nesse domingo. Matheus Pereira, destaque do time na temporada, considera que a torcida excedeu nas cobranças sobre o técnico, xingado por duas vezes: “Ei, Seabra, vai tomar no c*”.
Notícias do CruzeiroContratações do Cruzeiro: veja chegadas e saídasCriticado em derrota do Cruzeiro, Seabra dá razão às vaias: “Me sinto frustrado’
“Me senti ofendido também, porque a gente está no mesmo barco. Uma coisa muito triste, porque ofensa ultrapassa cobrança. A vida do jogador é assim, a gente sabe que vai viver momentos de cobranças, mas ela tem que ser natural, não pode ser com ofensas, xingando treinador.”
– A gente se dedica, tenta fazer o melhor. Tivemos dez dias treinando, nos dedicamos, fazendo o melhor para ter o bom resultado. Infelizmente, as coisas não aconteceram. Me sinto ofendido também, mas essa parte de xingamentos não representa o Cruzeiro. A gente sabe que o torcedor está com a gente, acredita e está conosco até o final.
Matheus Pereira cita que Fernando Seabra era elogiado no primeiro turno do Campeonato Brasileiro, quando o Cruzeiro também conseguiu recuperação na Sul-Americana, com três vitórias seguidas para avançar às oitavas de final. O camisa 10 pede paciência e ressalta o posicionamento do clube na Série A, brigando por vaga no G-6.
“Quando a gente estava ganhando, o Seabra era o melhor. Agora, quando a gente empata ou perde, o Seabra é uma m*? É normal que haja cobrança, é natural no futebol, e ela é sempre bem-vinda, porque gera mudanças internas em cada um.”
– Mas, a partir do momento que se torna uma ofensa, todo mundo se sente ofendido. Não temos que deixar a confiança cair. A gente não está em quinto (caiu para 7º com o resultado) no Brasileiro à toa, temos qualidade, mas as coisas não estão acontecendo. É uma questão de paciência, de entender o momento, respeitar as cobranças sadias e buscar melhorar.
Ainda no Mineirão, Paulo Pelaipe, diretor executivo de futebol, adotou o tom o mesmo tom que os líderes do elenco. Pediu que a responsabilidade seja dividida, neste momento, para conseguir virar a chave de olho no Libertad, pelas quartas de final da Conmebol Sul-Americana.
– Todos nós perdemos. A direção perde, o treinador perde, os jogadores perdem. Nós nos preparamos bem todos esses dez dias e, quando a gente perde, quando tem uma derrota, perde o grupo. Aqui não é individual o trabalho, aqui o trabalho é coletivo. Então, todos nós perdemos, estamos tristes, mas amanhã nós temos que virar a página e amanhã começar a trabalhar para o jogo de quinta-feira.
“Nós já temos um jogo importante pela Sul-Americana. Vamos nos preparar bem para fazer um grande jogo, porque nós queremos que o Cruzeiro esteja, no dia 23 de novembro, na grande final de Assunção”
Os demais jogadores que falaram com a imprensa após a derrota para o São Paulo também citaram a necessidade de o elenco assumir a responsabilidade pelo desempenho ruim em campo. Um deles foi o capitão Lucas Romero, que criticou o fato de a cobrança ter sido direcionada apenas ao treinador.
– Acho que a cobrança direta e individualizada não é legal, não é certa. Quem entra em campo somos nós, logicamente quem monta o time é o treinador, ele que escolhe quem entra, quem sai, mas quem entra em campo somos nós, e todo mundo tem que ser cobrado da mesma forma. Não estou de acordo com a cobrança direta para o treinador.
“Acho que ele vem fazendo um grande trabalho, se a gente criou expectativa é pelo desempenho dos jogadores e do nosso treinador, então tem que todo mundo ser cobrado por igual. Por isso, acho que quando a gente perde, tem também que ser cobrado de forma coletiva”
Marlon também adotou o mesmo tom de Lucas Romero.
– A responsabilidade também é nossa, porque em campo nós somos os executores. Ele nos mostra o caminho, e nós temos que achar as brechas nas tomadas de decisão. O treinador não entra em campo. Não posso dizer que a gente fica feliz com as cobranças para o treinador.
“Por ele ser o comandante do time, nós temos que chamar a responsabilidade. Não desempenhamos o que ele nos pediu, por isso perdemos para o São Paulo.”
No recorte dos últimos dez jogos, o Cruzeiro venceu três, empatou três e perdeu quatro, aumentando a pressão externa sobre Fernando Seabra. Ainda assim, o time está nas quartas de final da Conmebol Sul-Americana, onde enfrentará o Libertad, do Paraguai. No Brasileiro, está em 7º, com 41 pontos, a um do Bahia, que abre o G-6.
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